segunda-feira, 3 de maio de 2010

De domingo e cosmos

Segunda-feira não é o pior dia da semana, não, é o que você fica com mais preguiça, mais cansado,mais mal-humorado, pior do que o domingo a tarde não há. No domingo , finalzinho da tarde, chega uma tristeza, um horror, sufocantes, e que não tem remédio que dê jeito, desde criança, quando eu nem sabia o que era calendário, ou ver as horas, ou que dia da semana existia, em minha rotina de mundo infantil, eu já odiava os domingos a tarde, sempre ouvia à distância um rádio AM com um locutor transmitindo um jogo de futebol daquela maneira que conhecemos, era um voltar pra casa, acabar a festa, um querer descansar para começar a semana raiante que nunca me convenceu. Sempre fui meio revoltada com isso, e nunca vi graça em programas de tv dominicais, ao contrário, sempre nutri por eles um ódio devastador, se possível, os desintegraria com meu pensamento, para meu azar, pois estes não só aumentaram de número, como uns copiam os outros e se revezam abaixo da mediocridade, rir de alguém que leva um tombo, ou se machuca, como conseguem imaginar que isso tenha algum resquício de graça? Sempre me apiedo, assim como das pessoas que são enganadas em pegadinhas, o pior é que a internet tornou-se uma meca para esses vídeos.
Parece que sou de outro planeta, sempre pensei isso, desta forma, sempre acabo os domingos pensando na vida como fenômeno cósmico, nos planetas, galáxias, universo. Se , como Marcelo Gleiser preconiza, a vida em si é um fenômeno raríssimo, vida complexa, preciosíssima, e vida inteligente, rara e preciosa elevada a milionésima potência, putz, como desperdiçamos essa vida com bobagens, com domingos e semanas vazias, com entretenimento oco, sem ao menos fazer a menor reflexão.
Se essa vida é um presente e a Terra um presente mais delicado ainda, acho que ainda não estávamos preparados para ganhá-los, pelo menos é o que penso todo final de domingo.
Boa semana!

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