sábado, 13 de junho de 2015

be my valentine!

Ordeno-te!
Eis que morta notícia velha, que , embora do teu peito não desvinculada, a dor,  o dia de ontem morreu como uma lembrança passada, nada mais do que um suspiro. efêmero.
Eu insistindo em segurar a dor, não deixá-la ir, e ela , muito zelosa de seu serviço, gostaria de cravar o coração de mais um sofredor alhures.
Fica dor, fica até que me convenças que não preciso realmente de ti, fica até me sussurrar o segredo indizível que só dos teus lábios podemos ouvir : de que não te leves a sério, garota, há em ti todas as mulheres do mundo, assim como há um pouco de ti nas outras; ou ainda, e mais secreto ainda, que só dizes a quem mais ama, a quem mais gosta de sua companhia e de ver prantear: não sofras, sou uma farsa!
e ela, por fim, com um sorriso nos lábios, resolve ficar, pra conversarmos mais, talvez porque goste do teu perfume q resta em minhas mãos, talvez por gostar de minha companhia, talvez porque só eu saiba que ela é uma farsa voluntariosa.

Ilustração Beauty and the beast, Cory Godbey
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terça-feira, 21 de abril de 2015

5 anos

5 anos desse blog, 5 anos que tento organizar meus pensamentos, um termo que ouvi hoje: buscar estabilidade emocional!
Estabilidade emocional existe, minha gente?
Hahahahahahahaha
O que gostei foi de saber que tô no jogo, tô na busca, busca inglória, é certo, pois, avaliando esses 5 anos, acho que estou na estaca zero, me sinto tão desestabilizada como no começo, menos desesperada, menos desolada, e nisso está o bom de escrever aqui!! Posso até não me estabilizar mas me conhecer e me aeitar, tô na tea party.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

zola, redes e boas festas


Posso parecer pernóstica mas não é essa minha intenção. Quem me acompanha no facebook sabe que há dias venho pensando em vários autores, o motivo é a época de festas de fim de ano, hehehe. Acontece que no período de Natal tenho uma folguinha e aí dá tempo de ler e ouvir música, ver vídeos de músicas, e isso que adoro que é lembrar de autores que já li, de livros que saboreei. Também gosto de procurar ilustrações e obras de arte. Nossa, que chata de galocha,hahaha! Não, na verdade, sou muito intimista, muito voltada pra mim, silenciosa, e , sim, detesto as multidões e as compras de fim de ano. Por algum motivo, as pessoas acham que tem que consumir tudo de uma só vez...enfim, há tempos cansei dessa questão. Prefiro lembrar dos livros, lê-los e relê-los!
Bom, hoje acordei pensando em Émile Zola, do nada, bem, talvez não tão do nada, como também construo uma página no facebook voltado para as gordinhas, e ela envolve um lado meu de dyva, lembrei de Nana que foi o livro de Zola que li, diferente das outras pessoas, que começam pelo Germinal, mas ser como os outros foi algo que também desisti há muito tempo. Vejam, quem troca compras em shopping por livros de gente que já morreu, hoje em dia??
Nana é uma estória sobre uma diva , uma atriz medíocre mas muito bela que se torna uma cortesã, Zola retrata muito bem o espírito da época, as intrigas, o espírito volúvel de Nana, capaz de ternuras fugazes, aborrecimento, fúria, tudo junto e misturado, os clientes,os homens, as rivais. (Ai como gosto de estórias sobre mulheres, acho que gostei de todos os grandes clássicos sobre mulheres que li.)
O que acordei pensando é que não mudou tanto assim desde o império napoleônico pra cá, as fogueiras das vaidades continuam as mesmas, o clima que Zola descrevera também.
Sabe o que mais, quem tá certo é Xico Sá: que nosso ano seja menos de rede social e mais de rede na varanda, com um bom livro pra acompanhar.

Essa pintura é de Konstantin Razamov
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

oscar wilde, resiliência e outros pensamentos

sabe gente, 2014 já está indo embora, e foi um ano muito difícil pra mim, se isso ainda era possível, rs. outro dia, escrevi na página do fb que estava com frases do oscar wilde na cabeça e estou mesmo, sabem que sou meio maluquinha, lembro muito que ele disse que poucas pessoas vivem, a grande maioria apenas existe, ou um trecho que li há muitos anos, melhor, em 1992, e gravei porque me surpreendeu, ele dizia mais ou menos assim ( me recuso a pesquisar e confirmar) 'o homem destrói aquilo que mais ama, em campo aberto ou em emboscada, uns com a leveza do carinho, outros com a dureza da palavra, os covardes destroem com um beijo e os valentes com uma espada.'
sempre achei q fazia sentido, fazia sentido em 92 e faz hoje em 2014, ama-se e fulmina-se o que se ama, porque não se pode amar. triste assim. fatal assim.
pior é que mesmo em 92 eu já compreendia como oscar wilde era injustiçado, como ele foi inteligente e astuto, e como até hoje é apenas rotulado, triste e fatal humanidade que não compreende a genialidade e nem o amor, nem antes, nem em 92, nem em 2014.
mas não fiquem tristes, eu não estou! estou feliz! há algo de mágico na vida que me faz acreditar que não sou maluquinha não, sou lúcida!!
sabe outra coisa que oscar wilde disse? que santos tinham um passado, pecadores possuíam um futuro! não é uma frase genial pra começar 2015?!!

a ilustração se chama death of maiden de krista huol
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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

beijinhos de carros

não há nada melhor pra exorcizar meus fantamas do que escrever!! 
bom, não somente escrever, outras atividades, todas envolvendo um certo grau de arte servem pra tirar o que não é bom de mim, o q não está servindo, o que está sobrando!!! mas às vezes penso que sou fraca, que força alguma me habita, daí me surpreendo com uma teimosia extrema, quantas noites mesmo já perdi tentando programar a linguagem de matrix que se esconde atrás desse texto meu?? ou tantas teimosias e bravuras surpreendentes!! 
na mais recente fui rumo ao doce desconhecido e minha coragem mais uma vez me provou que tem um quê de sublime e de mágica, como podem ser sublimes e mágicos o amor. se a recompensa de uma vida inteira de acertos e erros for um amor tão simples, disposto e recíproco podemos dizer que, enfim, ele resolveu me encontrar, ou eu a ele, ou nos encontramos um ao outro, de um jeito inesperado e de repente, sabe lá como a tal hazel disse, afinal, somos multimídia e aqui até o que não lemos, sabemos, até o que não conseguimos, programamos, até o que não obtemos, vislumbramos, e impossíveis encontros vem a acontecer, basta olhar à sua volta, haverá um malvado monstro que poderá ser seu amor favorito para sempre!!

música de alabama shake,basta clicar no play, gravura love monster, não sei realmente o nome do autor para dar os créditos, se alguém souber deixe nos comenários que adiciono. 
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quinta-feira, 8 de maio de 2014

agradecimento de mulher

Hoje eu queria só agradecer...
agradecer por não ser queimada viva, nem espancada até a morte, por não ter sido sequestrada enquanto estava numa sala de aula pra ser vendida no tráfico humano,agradecer por não ter sido assassinada porque sou mulher e queria estudar, ou por ser mulher e cristã,
agradecer porque o máximo que passei foram cantadas, fiu fius e palavrões travestidos de cantadas e encoxadas em transportes coletivos,

agradecer porque mando minimamente no meu corpo, no que penso e no que falo e escrevo,

poderia ser pior...
neste momento, em que decido uma série de coisas estúpidas tem milhares de mulheres com medo e aprisionadas em suas próprias casas, violentadas física e moralmente por quem deviam
ser seus companheiros, e sem esquecer  das milhares que sofrem permanente abuso sexual, crianças e adolescentes, verdadeiro terror e pesadelo.
Há quem diga que as mulheres já tem muitos direitos, se tem pode ser que esteja na hora de começar a respeitá-los!!
Ilustração de Elisa Sassi.
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segunda-feira, 5 de maio de 2014

abril inominado

Já estamos em maio, no entardecer do dia 05 e somente agora deu pra escrever aqui, mas não por falta de tempo, talvez por falta de chão. Meu esforço estava concentrado em me concentrar, em aterrizar, o que já consegui fazer...das minhas qualidades, uma é ter os dois pés no chão, mesmo que voe muito alto...
Abril foi um mês completamente atípico, do jeito que começou e do jeito que terminou, mas eu ainda não tenho nome pra ele, daí ser o inominado...
Todavia, minha relutância em escrever nesse mês se deu também pelo desejo de guardá-lo apenas pra mim, como uma joia preciosa, um tesouro,um sonho bom. Descobri coisas maravilhosas sobre mim e sobre o amor, coisas que se leva uma vida para perceber, acho que envelheci cem anos, assim como também acho que rejuvenesci 200 anos, é isso mesmo, ao mesmo tempo é forte e delicado, é fogo e gelo. É o oposto de tudo, é sentir e querer mas sem querer possuir, não sabia que podia sentir algo tão imenso e tão intenso. Não estou descrevendo um orgasmo, rs, uma sensação física, mas algo espiritual, sentimental, psicológico, filosófico, adjetivem como quiserem porque pra mim ainda é inominável. 
Espero, sinceramente que não me julguem piegas porque não é um amor romântico, se fosse, teria um nome,não? E o amor romântico como o vemos nos filmes não é o meu.
Só sei sentindo, sei que me vi fazendo parte do casal mais lindo do mundo, mais brilhante, iluminado e potente. Uma potência, um poder tão imenso que levei dias pra absorver, pra racionalizar, o que é pouco provável que eu consiga fazer completamente. Cinestesicamente, esse amor se instalou na minha pele, cabelos,órgãos internos, nos meus olhos e dedos, e todo o meu ser transcendeu de forma belíssima, pura e alegre.
Desejo que sintam um amor tão puro, tão real e tão verdadeiro ao menos uma vez na vida e que transmutem.
Se vocês ouvirem um dia que eu morri, e sentirem vontade de chorar ou se sentirem tristes, podem sentir sim, e pensem: Foi-se uma pessoa que amava a vida!! Eu só consigo pensar que ela é breve, que não dá tempo pra nada e que é preciosa, de um valor incalculável e que não dá pra se exigir menos do que o amor, ele move montanhas!

A ilustração é de Sylvia Ji, uma artista tex-mex, rsrs, se chama Sugar Skull, mas eu queria chamá-la aqui no meu post, no meu país, de Sugar Brown.
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terça-feira, 1 de abril de 2014

navio perdido/seguro porto


"Aquele livro: de um país chamado Líbia
Lindo
Livro
Li de uma assentada,
Tinha cheiro, Cor,
Poesia delicada,
Doce, 
Raivosa; 
E uma tristezazinha
Que parece te acompanhar...
Não falo assim de uma forma ruim,
Não prego alegria de comercial,
De botequim
É tristeza boa, 
De medo e respeito, 
De quem conhece a vida e,
Por isso sabe:
Ela às vezes lateja, 
Dói."

Quem escreveu esse texto pra mim foi a escritora Cristiane Patrícia Barros Almada, que também é professora, Mestre e autora do livro de poesias "Amálgama" .

Esta obra se chama 'Lost Ship' do artista polonês Tomasz Setowsky.

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terça-feira, 18 de março de 2014

Ao perder eu a ti

Ao perder eu a ti
Tu e eu temos perdido:
Eu porque tu eras o que eu mais amava
E tu porque eu era a que te amava mais.
Mas de nós dois, tu perdes mais do que eu:
Porque eu poderei amar a outros como te amava a ti,
mas a ti não te amarão como te amava eu.
Ernesto Cardenal

Essa poesia repeti muitas vezes, incansavelmente, vez ou outra, me pegava pensando: Ao perder eu a ti, ao perder eu a ti...tu e eu temos perdido, daí recomeçava- ao perder eu a ti, ao perder eu a ti...como um mantra, como uma oração. Recordei-me dela hoje como se lembra de um pesadelo que se repetia na infância, doloroso. 
Foi tão obsessivo que eu mudei os versos e os transformei em outro poema, esse meu, onde eu repetia incansavelmente os pronomes: ao perder eu a ti, ao perder eu a ti, tu e eu temos perdido. eu porque tu eras o que eu mais amava a ti, ao perder eu a ti, ao perder eu a ti,a mim mesmo tive perdido. E foi tão doloroso e foi tão brutal que me nascem lágrimas ao lembrar desse poema porque me traz novamente a sensação, o heartbroken e a falsa esperança, porque desde aqueles inocentes anos eu já sabia que 'eu' era quem mais perdia...porque tu era o que eu mais amava e porque eu era a que te amava mais, e que não poderia amar a outros como te amava a ti e que não te amariam como te amava eu...

Ilustração de Krista Huol- The death of a maiden (A morte de uma donzela)
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quinta-feira, 6 de março de 2014

Intitulado Pescador

INTITULADO PESCADOR 

Pois dizem que eu minto
Pois dizem que eu finjo 
Que sou um enganador
Que sou um fingidor
Que eu sou um iludidor
Que eu sou um ilusionista
Que eu falo por falar
Que eu nunca vou amar…


Alefe Medeiros

Um poema do bem jovem poeta Alefe Medeiros,a ilustração é de Courtney Brims, estava com saudades dela...
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