domingo, 18 de abril de 2010

"How deep is the ocean"- Saudades do Ceará

Ontem no final da noite vi o Moreno Veloso cantando uma versão em português de How deep is the ocean , o que me comoveu, um arranjo maravilhoso. Velocissimamente o vídeo já está no you tube. Antes, por volta da meia noite, tínhamos saído de casa para espairecer um pouco, resolvemos tomar um vinhozinho numa pizzaria, dessas bem à moda italiana, uma cantina, com meia luz, poucas pessoas naquela hora, ao contrário dos muitos bares que vimos pelo caminho.
E, eis que dentre as conversas silenciosas e intimistas no recinto surge uma voz (melhor, vozes) de mulher conversando animadamente. Sua primeira frase foi algo sobre quando morava em frente ao Juvenal de Carvalho, o que eu sei se tratar de um colégio de Fortaleza, a conversa ainda passou por Costa Barros, Mucuripe, Barão de Studart e Crateús. Pensei qual a possibilidade de entre tantos bares, restaurantes e pizzarias em Brasília eu tinha de ir parar exatamente ao lado de uma mesa de cearenses, àquela hora. Pensei , também, em como essa semodeza cearense não é mera falta de educação, falar alto ,essas coisas. Não, o cearense não tem medo de falar o que lhe vem à cabeça, é destemido, mas é humilde, ri de si mesmo, melhor dizendo, manga de si mesmo.
Minha saudade do Ceará aumentou imensamente, tão profunda quanto é o mar!!
Alegremente, porque até saudade pro cearense é motivo pra rir, junto com a conta recebemos uns bombons, pelo o que perguntei se eram bombons, e o garçom, respondeu que não, eram balinhas! Risos. Semana passada, fui no aeroporto JK e um senhor que desembarcava recusava um carrinho para bagagens, apontando para sua bolsa e dizendo:-Tá maneira!!! Imediatamente, reconheci-o,cearense!! Só cearense sabe o que é tá maneiro! Mas a melhor, foi que outro dia machuquei meu dedo, e dias depois, na presença de uma amiga, bati com ele de novo, e ela perguntou se eu havia me machucado, no que lhe respondi: -Não, eu magooei. Ora, ela fez ares de quem não havia entendido nada, cearense fosse - ela é mineira - saberia que magoar é machucar o que já estava machucado.
Mas não tem problema, mato a saudade quando puder, fico feliz por lembrar as palavras da moça da cantina, quando já estava indo embora, rindo da vida : - Os cearenses vão dominar o mundo!

2 comentários:

  1. Marminina, então, quer dizer que a senhora se afoitou a entrar no país das letras porque estava com saudade do baião com fava do "Quati"? hihihihi
    Agora, sem brincadeira, Liboca, adoro ler o que você escreve...
    E para não sair do costume,não vou dizer: Fui!,
    Vou dizer: Rá Rô Riu, Ró?
    Só para quem entende... KKKKKK

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  2. Ai, Binha, eu te entendo...Depois de um tempo em terras caóticas da Bahia, não é que tb comecei a sentir saudades do Ceará...Logo eu que implico com tudo né...mas nada como está distante pra enxergar o qto "nosso cearazinho" é organizado e acolhedor, muito ao contrário dessa esquecida e pseudo alegre Salvador, que esta precisando ser salva urgentemente por seus moradores...bom, mas isso é outra história...enfim, bateu uma saudade arretada, de café com tapioca e cuscuz e de preferência com os amigos, falando da vida alheia...kkkkkk
    Bjão, maninha...

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