quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

mulheres possíveis

Tenho percebido que, de uns tempos pra cá, as mocinhas dos filmes não são mais as mesmas. Eu também não sou mais a mesma, e venho me identificando e sofrido e chorado e torcido pelas mais malucas possíveis. Vejam bem, assisti só agora o  O Lado Bom da Vida -acho q o título em inglês é Silver Linings Playbook, algo assim. Custei a assistir porque sabia intimamente que ia sentir o mesmo que falei no post Blue Jasmine, a mesma inquietação. Foi pior... Pior porque o filme é apaixonante, uma comédia romântica daquelas que a gente chora e chora e só quer abraços e chocolates e faz beicinhos de choro. Todos os atores são bons, mas, retiro o que pensei de mal da Jennifer Lawrence: ela está muuuiiito boa, muito boa mesmo. Ganhou o Oscar com louvor, dá até pra gente saber a cena em que ela segura o troféu e pode chamar de seu. É uma das mais marcantes: Ela fala que a gente tem vários lados... lado bom, lado ruim e mesmo um lado sujo, e que ela gostava de todas as partes dela e as respeitava a ponto de conviver bem consigo mesma, será que ele poderia dizer o mesmo ??? E eu, posso dizer o mesmo?? Não é lindo, gente? Mas o mais comovente e mais importante pra mim e pra esse post que estou escrevendo é que todas as personagens são possíveis, são reais até, sofrem de transtorno bipolar no caso desse filme, mas há uma tendência de apresentar personagens com problemas psiquiátricos normais, sutis, desses que eu tenho ou que você tem, depressão, ansiedade, angústia, raiva, problemas sexuais e de relacionamento e que são ignorados como algo do qual não devemos falar. Me lembrei de dois outros filmes que assisti recentemente e que tinham personagens femininas quase desequilibradas psicologicamente e com as quais me identifiquei pela forma como eram plausíveis - Jovens Adultos- Young Adults, fala de uma escritora de best-sellers teens, no meio de uma crise pessoal e psicológica  , e um outro mais leve, Quatro amigas e um casamento-Bachelorette, de comédia, mas com a tensãozinha latente nas entrelinhas, dá para se identificar com as quatro personagens de uma forma ou de outra, são várias faces dessa mulher da qual tenho falado aqui.
Deve ser bom que alguém pense em fugir dos eternos clichês,paixões,musas, casamentos e filhos perfeitos, e retratem mulheres possíveis, cheias de problemas,medos e com gavetas cheias de remédio tarja preta pra tomar, aí a gente se vê e pensa: sou dessas!!
Detalhe feminino de um grafite de Nina Pandolfo.
O vídeo é de uma música que se chama Concept da banda chamada Teenage Fanclub. é só apertar o play.


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