segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

palavras ao vento

Frases que já ouvi sobre o blog, dentre outras : escrever pra quê? escrever pra quem? por que você escreve essas coisas se ninguém as lê? tu acha que alguém lê?tu escreve umas coisas tão bonitas mas eu não entendo nada do que tu diz !
Acredito que não sei bem a resposta, ou melhor, sei, ela está aqui , mas não quer ser dada, reticente.
Muitas vezes estive a um clique de deletar tudo, fechar minha conta, e não fiz, deixei crescer um jardim selvagem - como muitas vezes deixo crescer dentro de mim !!
Não sei se alguém lê, na verdade, acho que ninguém lê, quem ainda lê alguma coisa hoje em dia?? todo dia crio regrinhas gramaticais fofas que invento na hora e ninguém nota...
Minhas palavras estão aqui jogadas como quem grita ao vento, do alto de uma pedra rochosa, de uma linda falésia , numa linda praia. 
Não são mais minhas, não me pertencem mais, são desse universo frenético, infinito, expansível e dessa matrix maluca, são das pessoas que não leem. são minhas também e me ajudam a me enfrentar, a me descobrir, por isso existem : escrevo falando comigo, como uma minerva libia que vai nascendo outra vez, desta vez, de dentro de seu próprio cérebro, rachando-o ao meio, mas não sem dor, mas não sem medo, o resultado pode ser o dom divino da sabedoria, quem sabe, ou não.

Gravura fantástica de John Bauer- The ring, um ilustrador sueco do séc XIX / XX, que tinha o poder de viver num mundo de realismo mágico e contos de fadas.

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